Os aditivos alimentares são substâncias naturais ou artificiais que se adicionam aos alimentos com o intuito de os conservar ou para lhes melhorar o sabor, textura ou a aparência. A sua utilização é regulada por legislação própria, tanto em Portugal como em todos os países da União Europeia.

Para serem utilizados, os aditivos devem fazer parte das listas positivas de aditivos alimentares que incluem todos aqueles que estão autorizados para consumo. Nos rótulos dos alimentos, estão identificados pelo código ‘E’ ou pelo nome da substância (por exemplo, E 415 ou goma Xanthan) e deve referir a sua função como, por exemplo, cor ou conservante. Os aditivos mais comuns são os antioxidantes que evitam a deterioração causada pela oxidação, as cores, os emulsionantes, os estabilizadores, os agentes espessantes e gelificantes, os conservantes e os edulcorantes.

É certo que os aditivos utilizados nos alimentos que consumimos estão sujeitos a regulação para poderem ser consumidos sem perigo. Porém, a verdade é que várias investigações que vão surgindo alertam para a sua potencial perigosidade. Um dos estudos mais recentes sobre aditivos foi realizado por investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade da Geórgia, EUA, e publicado na revista ‘Cancer Research’.

Este sugere que os emulsificantes que são adicionados à maioria dos alimentos processados, para adicionar textura e prolongar a data de validade, podem alterar as bactérias intestinais, promovendo a inflamação intestinal e o cancro  colorretal. No entanto, o presente estudo apenas testou emulsionantes dietéticos em ratos de laboratório, tornando necessário o estudo dos efeitos dos emulsificantes no ser humano.

Porém, recorde-se que o cancro colorretal é dos mais comuns nos humanos, sendo o quarto que mais mata a nível mundial. No caso de Portugal,  é o terceiro cancro mais comum, a seguir ao cancro da mama e da próstata, com uma taxa de incidência acima dos 30 casos por 100.000 habitantes, afetando mais homens do que mulheres.

Porém, por não existirem estudos científicos conclusivos que possam comprovar as ações dos aditivos alimentares no organismo humano, o nutricionista Alexandre Fernandes aconselha um consumo controlado dos mesmos. No entanto, «é muito difícil quantificar a quantidade de aditivos que cada um ingere, por isso, pode-se ultrapassar a “dose diária admissível”, relacionada com as características fisionómicas do peso e altura de cada um», elucida o nutricionista.

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Em Portugal, os aditivos utilizados são cerca de 312 e dividem-se em 26 categorias. A identificação dos vários tipos de aditivos torna-se simples se conhecer a sequência numerária. No caso dos corantes, estes são fáceis de identificar, pois os seus números ‘E’ estão todos dentro da primeira centena. No entanto, segundo a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, embora para os restantes aditivos do mesmo tipo se tenha procurado numerá-los em sequência (por exemplo, conservantes de E 200 a E 290 ou antioxidantes de E 300 a E 321) nem sempre esta regra pode ser mantida, principalmente em situação de adição ou eliminação de aditivos.

Segundo Alexandre Fernandes é «comum um determinado aditivo ter mais do que uma função e enquadrar-se em mais do que um destes grupos». Estes classificam-se do seguinte modo:

E 100 – 199Corantes
E 200 – 299Conservantes
E 300 – 399Antioxidantes
E 400 – 499Emulsionantes e estabilizadores
E 500 – 599Espessantes
E 600 – 699Intensificadores de sabor
E 900 – 999Edulcorantes
Acidificantes e reguladores de acidez

O autor do livro ‘Desperdício Zero na Cozinha’ aconselha que se reduza ao máximo o consumo de alimentos processados repletos de aditivos alimentares. «Evite o consumo de alimentos com corantes, que têm como função tornar o alimento mais atrativo e apetecível e consuma poucas refeições preparadas e/ou congeladas, porque apresentam muitos aditivos». Acima de tudo, informe-se e leia sempre o rótulo antes de comprar um produto embalado.

Veja, no topo deste artigo, a galeria que preparámos para si sobre os aditivos alimentares que deve evitar.

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