A temporada será marcada pela volta da Gucci às passarelas masculinas, após três anos de ausência, pela estreia do vanguardista estilista escocês Charles Jeffrey e pelo fato de apenas quatros dos 79 eventos programados serem virtuais. A Semana de Moda parece promissora.

Nada substitui "a experiência ao vivo, a emoção, a expectativa, os aplausos, as 'top models' desfilando na passarela e a música a todo volume", disse à AFP a consultora de moda Elisabetta Cavatort

Apresentando as coleções masculinas para o outono-inverno 2023/2024, a semana de Milão começa nesta sexta e vai até a próxima terça-feira (17). Serão 22 desfiles e 36 apresentações.

Segundo a especialista, as coleções vão se concentrar em "peças da moda que durem", enfatizando a importância da volta ao "slow fashion", antítese da moda industrial, assim como "da sustentabilidade".

- Volta da Gucci -

Todas as atenções estarão voltadas para o desfile que abre a Semana de Moda: a primeira coleção da Gucci após a saída de seu emblemático diretor criativo Alessandro Michele.

Michele assumiu o cago em 2015 com a missão de recuperar as vendas, em persistente queda. Com suas coleções ousadas, o estilista deu um novo fôlego à marca, carro-chefe do grupo Kering.

As peças estampadas e lúdicas fizeram as vendas da Gucci explodirem (+37%, em 2017, e +44%, em 2018) no início desta parceria. Nos últimos dois anos, porém, seu crescimento desacelerou em comparação a seus rivais.

"Nos últimos tempos, a criatividade começou a estagnar, e isso se refletia nas vendas", estimou Cavatorta.

"Resta saber se a saída de Alessandro Michele abrirá uma mudança de direção para a casa de moda" e se pavimenta caminho para "uma revolução em termos de estilo e sofisticação", acrescentou.

Ainda sem nomear um sucessor, o estúdio criativo da Gucci ficou responsável pela direção artística do desfile de Milão.

- Versace, ausente -

Armani, Prada, Fendi, Dolce & Gabbana e Zegna estão entre as casas de luxo que apresentarão coleções masculinas na capital italiana da moda. Algumas estarão ausentes, como a Versace, que revelará suas coleções masculina e feminina em Los Angeles, no dia 10 de março.

Apesar da guerra na Ucrânia e do impacto da crise energética em uma cadeia de suprimentos faminta por energia, a moda italiana registrou um aumento de 16% na receita em 2022, para 96,6 bilhões de euros.

"Este é o maior volume de negócios dos últimos 20 anos", declarou o presidente da Câmara Italiana de Moda, Carlo Capasa, na apresentação da Semana de Moda Masculina.

Embora as receitas tenham aumentado pela inflação, uma vez que os preços da moda italiana subiram em torno de 9% em 2022, essa alta é "um sinal positivo que fecha um ano marcado por eventos dramáticos e por tempos difíceis", afirmou Capasa.

As exportações de moda "made in Italy" aumentaram 18,7% nos primeiros nove meses de 2022, impulsionadas pelos Estados Unidos (+54,1%) e pelos países do Golfo (+50,8%).

O aumento das vendas para a China foi mais moderado (+18,8%), e as exportações para a Rússia caíram 26% após a invasão da Ucrânia.

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