A nova maioria republicana na Câmara dos Representantes aprovou a criação de uma "comitê especial sobre a instrumentalização" das agências federais.

Segundo a resolução adotada, este colegiado investigará como "o Poder Executivo coleta informações sobre cidadãos dos EUA, inclusive em investigações criminais em andamento". Seus alvos são os promotores federais, o FBI e as agências do fisco.

Os aliados de Donald Trump querem questionar os motivos alegados para abrir numerosas investigações contra o ex-presidente republicano, especialmente sobre o seu papel no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 ou a manipulação indevida de arquivos da Casa Branca.

O Departamento da Justiça e FBI o "foram instrumentalizados pela administração Biden contra seus opositores, em particular durante as buscas sem precedentes na casa do presidente Trump", declarou a congressista Elise Stefanik, ao se referir às diligências realizadas em agosto na residência do ex-presidente na Flórida.

A criação do comitê era uma das exigências dos trumpistas que bloquearam durante quatro dias a eleição do republicano Kevin McCarthy como presidente da Câmara dos Representantes.

Graças a essa luta, "obtivemos mais recursos, mais detalhes e mais poder para atingir o governo recalcitrante de Biden", afirmou um deles, Chip Roy, à emissora Fox News.

Segundo Roy, o novo órgão terá a mesma margem de manobra que o "comitê de investigação de 6 de janeiro de 2021", de maioria democrata, que responsabilizou Trump, em parte, pelo ataque ao Capitólio e recomendou o seu indiciamento.

Além disso, poderá emitir intimações para depoimentos a todas as agências estatais e seus representantes, que serão de cumprimento obrigatório.

No entanto, é provável que o Departamento de Justiça busque uma maneira de proteger a confidencialidade de suas investigações, especialmente aquelas que ainda estão em andamento.

Antes da votação, o congressista democrata Jerry Nadler denunciou "um perigoso ataque contra as agências encarregadas de fazer com que as leis sejam cumpridas".

Na sua opinião, este comitê poderá realizar "investigações intermináveis sobre qualquer teoria da conspiração" dos "círculos de extrema direita" e utilizar "seus amplos poderes para proteger Donald Trump" e seus aliados.

Este comitê é a primeira de uma longa lista. Uma vez eleito, McCarthy prometeu analisar iniciativas de Biden, incluídas a caótica retirada americana do Afeganistão, a política migratória na fronteira com o México e a gestão da pandemia de covid-19. E também seu filho Hunter Biden, acusado de usar o nome do pai para fazer negócios na Ucrânia e China.

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