Em sua coletiva de imprensa diária, López Obrador afirmou que o processo contra García Luna é "muito importante" para saber "até onde estavam metidos os agentes e autoridades dos Estados Unidos, as agências" de segurança e outras autoridades mexicanas.
García Luna, cujo julgamento começou na terça-feira em um tribunal de Nova York e está previsto para durar cerca de dois meses, foi diretor da extinta Agência Federal de Investigação (AFI) entre 2001 e 2005 e um ano depois assumiu como secretário de Segurança Pública sob o governo do presidente Felipe Calderón (2006-2012).
A Promotoria alega que ele ajudou o cartel de Sinaloa e seu então chefe, Joaquín "Chapo" Guzmán, condenado à prisão perpétua no país, a introduzir 53 toneladas de cocaína no território americano.
García Luna tem cinco acusações, incluindo as de participar de um empreendimento criminoso contínuo, conspirar para o tráfico de cocaína e mentir às autoridades quando solicitou a cidadania americana em 2018.
López Obrador considerou que o ex-secretário tinha "vida dupla" porque, por um lado, foi recompensado e reconhecido nos Estados Unidos e, por outro, supostamente mantinha "uma relação de proteção com o crime organizado".
Mas "ninguém descobriu, ninguém sabia, até que de repente o prenderam e veio a denúncia", questionou o presidente.
A defesa de García Luna, liderada pelo advogado César de Castro, quer focar sua estratégia nas "congratulações e prêmios" que o ex-funcionário recebeu nos EUA por seus "esforços" no combate aos cartéis mexicanos e em sua "estreita relação" com forças de segurança americanas.
Detido em 4 de dezembro de 2019 em Dallas, estado do Texas, o nome de García Luna surgiu durante o julgamento do chefão do narcotráfico mexicano "Chapo" Guzmán.