De acordo com o jornal "Folha de S. Paulo", a Polícia Federal encontrou um documento em um armário de Anderson Torres. O documento de três páginas decretava o controle do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), "com o objetivo de garantir a preservação, ou o pronto restabelecimento da lisura e correção do processo eleitoral presidencial do ano de 2022".
O texto estabelecia a criação de uma "Comissão de Regularidade Eleitoral" que assumiria as funções do TSE e que estaria composta por 17 membros, oito deles do Ministério da Defesa.
O rascunho do decreto presidencial - com o nome de Jair Messias Bolsonaro ao final - não tem uma data, mas sua redação indica que se refere às eleições de 2022, vencidas por Lula.
- Investigação em curso -
A Polícia Federal disse à AFP que não se pronunciaria sobre o caso por se tratar de uma investigação em curso.
O ex-ministro Torres, que se encontra nos Estados Unidos, reagiu de imediato no Twitter.
"Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP [Ministério da Justiça e Segurança Pública]", tuitou ele na noite de quinta-feira.
Torres afirma que a minuta foi publicada "fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas" contra si, no momento em que é requerido por ordem do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Torres é acusado de responsabilidade no ataque de domingo às sedes dos Três Poderes em Brasília. No momento dos incidentes, ocupava o cargo de secretário de Segurança do Distrito Federal, do qual acabou afastado.
O ex-ministro estava de férias nos Estados Unidos quando bolsonaristas radicais invadiram e vandalizaram as sedes da Presidência da República, do STF e do Congresso Nacional, destruindo mobiliário, computadores, equipamentos e obras de arte de valor imensurável.
Torres defende sua inocência e disse, sem informar uma data específica, que voltaria ao país para se apresentar à Justiça.
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