A aeronave caiu perto de uma creche e de um edifício residencial de 14 andares na localidade de Brovary, a leste da capital.
O ministro, de 42 anos, é o mais alto funcionário ucraniano morto desde o início da invasão russa à Ucrânia, há quase onze meses.
Entre as vítimas fatais da tragédia desta quarta está uma criança, segundo os serviços de emergência. Também morreram o vice-ministro de Monastyrsky, Yevhen Yenin, e o secretário de Estado do Interior, Yuri Lubkovych.
Até o momento, as autoridades ucranianas não apontaram um possível envolvimento russo, e iniciaram uma investigação para esclarecer as circunstâncias da tragédia.
Dmitro Serbin, que estava em seu apartamento quando o helicóptero caiu, correu para ajudar as crianças quando viu fogo na creche.
"As crianças estavam chorando, procurando seus pais [...] Tinham cortes nos rostos e estavam cobertas de sangue", contou Serbin à AFP.
"Tiramos uma menina, a enrolei em um casaco, ela tinha ferimentos no rosto [...] Ela não tremia, nem chorava". A menina ficou tão desfigurada que seu pai não a reconheceu em um primeiro momento, disse Serbin.
Vinte e cinco pessoas foram hospitalizadas, informaram os serviços de resgate.
- "Uma tragédia terrível" -
O destino do voo não foi totalmente esclarecido.
Segundo a Presidência ucraniana, o helicóptero seguia para o front da guerra com a Rússia, apesar de o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, ter dito que voava para o local onde ocorreu um ataque com mísseis na cidade de Dnipro.
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou que o acidente foi uma "tragédia terrível".
"A dor é indescritível", destacou Zelensky.
Monastyrsky, advogado de profissão, estava no cargo desde julho de 2021. Era membro do partido do presidente, era casado e tinha dois filhos.
- Condolências internacionais -
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, foi um dos primeiros a reagir.
"Nós nos juntamos à Ucrânia em luto após o trágico acidente de helicóptero [...] Monastyrsky era um grande amigo da UE", manifestou-se Michel no Twitter.
A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, ofereceu ajuda a Kiev para investigar as causas do acidente.
França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos também enviaram condolências.
- Putin diz "não ter dúvida" sobre vitória russa na Ucrânia -
A Rússia não se manifestou sobre a tragédia e manteve a pressão, tanto no front leste, onde o seu Exército tenta avançar, como por meio de declarações.
O presidente Vladimir Putin afirmou nesta quarta-feira que "não tem dúvida" sobre a vitória da Rússia na ofensiva na Ucrânia.
O presidente russo reiterou que seu país enfrenta um "regime neonazista" na Ucrânia e afirmou que continuará "ajudando" a população do leste ucraniano separatista. "A vitória será nossa", garantiu.
Seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, comparou as ações dos países ocidentais contra seu país à "solução final" do regime nazista para exterminar os judeus.
Os comentários de Putin e Lavrov ocorrem quase 11 meses depois do início da ofensiva na Ucrânia. Nos últimos meses, as forças russas sofreram uma série de reveses ante a contraofensiva ucraniana.
Em resposta às dificuldades no terreno, Putin ordenou a mobilização de 300.000 reservistas, e uma campanha de bombardeios contra a infraestrutura energética ucraniana.
- Otan enviará armas "mais pesadas" -
No Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, anunciou que a Aliança Atlântica enviará armas "mais pesadas e mais modernas" para que a Ucrânia possa fazer frente de forma mais eficaz à invasão russa.
O tema será abordado na sexta-feira em uma reunião na base militar americana de Ramstein, na Alemanha, em um contexto de forte pressão sobre o governo de Berlim para que envie tanques Leopard a Kiev.
O Reino Unido já prometeu entregar 14 tanques pesados Challenger 2, enquanto a Polônia se disse disposta a enviar 14 tanques Leopard de fabricação alemã, se Berlim autorizar sua reexportação para a Ucrânia.
O Canadá, por sua vez, anunciou nesta quarta que vai doar 200 blindados de transporte de tropas às forças ucranianas.
Zelensky pediu nesta quarta "celeridade na tomada de decisões", relativas à ajuda para a Ucrânia, em uma intervenção por vídeo no Fórum de Davos.