O semanário publicou dezenas de ilustrações que representam a personalidade religiosa e política mais importante do país asiático.
São caricaturas selecionadas em um concurso lançado em dezembro devido à onda de protestos no Irã, desencadeada após a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda iraniana que foi detida por supostamente descumprir o rígido código de vestimenta das mulheres no país.
"O ato insultante e indecente de uma publicação francesa de difundir caricaturas contra a autoridade religiosa e política não ficará sem uma resposta efetiva e firme", declarou o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, no Twitter.
"Não permitiremos que o governo francês cruze a linha. Definitivamente, escolheu o caminho errado", acrescentou Amir-Abdollahian.
Em dezembro, a Charlie Hebdo anunciou que este "concurso internacional para produzir caricaturas" de Khamenei tinha como objetivo apoiar os "iranianos que lutam por liberdade".
O editor-chefe da publicação, Laurent Sourisseau, conhecido pelo nome "Riss", declarou em um editorial que as caricaturas eram "uma maneira de mostrar nosso apoio às iranianas e aos iranianos que colocam sua vida em perigo para defender sua liberdade diante de uma teocracia que os oprime desde 1979".
O Irã afirma que centenas de pessoas, entre elas membros das forças de segurança, morreram e que milhares foram presas no que classificam como "distúrbios". Teerã acusa as potências estrangeiras e grupos de oposição de incitarem esses protestos.
A Charlie Hebdo publicou as caricaturas em uma edição especial pelo aniversário do ataque mortal a sua redação de Paris, em 7 de janeiro de 2015. O atentado foi cometido por agressores que afirmavam estar agindo em nome da Al-Qaeda como vingança à decisão da revista de publicar caricaturas do profeta Maomé.
A difusão dessas charges provocou reações de ira nos países muçulmanos, mas o atentado de 2015 contra os profissionais da revista acabou gerando uma onda de solidariedade em todo o mundo.