
"O assassinato de Samuel Paty é a origem da campanha pela qual queremos apoiar sua família e a luta pela liberdade de expressão", disse à AFP nesta sexta-feira Pernille Vermund, presidente do partido anti-imigração Nye Borgerlige (Nova Direita), que detém quatro dos 179 assentos no parlamento dinamarquês.
Em seu site, o partido político lançou uma campanha para "publicar desenhos do Charlie Hebdo em jornais dinamarqueses".
Na mídia dinamarquesa, onde os cartuns não foram republicados recentemente, a campanha gerou reações mistas.
"Nos @EkstraBladet, nos posicionaremos sobre o anúncio de @NyeBorgerlige quando o virmos. Não antes", disse Poul Madsen, editor-chefe deste tabloide no Twitter.
"Condenamos o terrorismo muçulmano e apoiamos 100% a França, os assassinados e a liberdade de expressão, mas sempre respeitando os nossos trabalhadores", acrescentou.
"Não estou totalmente certo de que será publicado, mas como política tenho a obrigação de me comprometer para que os avanços da sociedade sejam a favor de uma maior liberdade de expressão, e não menos", afirmou o deputado Vermund.
A primeira publicação dessas charges, 15 anos atrás, pelo jornal dinamarquês Jyllands Posten, provocou a ira de muitos muçulmanos em todo o mundo e manifestações violentas contra a Dinamarca.
O Islã em sua interpretação estrita proíbe qualquer representação de Maomé.
O semanário satírico francês Charlie Hebdo, como outros jornais europeus, publicou-os em 2006 para defender a liberdade de imprensa.
Em 2015, o Charlie Hebdo foi alvo de um ataque jihadista que matou 12 jornalistas e cartunistas do semanário.