A Polícia Federal (PF) encontrou a minuta na residência de Torres ao cumprir mandado de busca e prisão contra o ex-ministro por suposta "omissão e conivência" com as invasões de domingo às sedes dos poderes na capital federal, segundo publicaram a Folha de S.Paulo e o canal GloboNews.

A proposta de decreto pretendia que Bolsonaro instaurasse o "estado de defesa" no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reverter a vitória de Lula, que derrotou Bolsonaro no segundo turno das eleições, em outubro, por uma margem estreita.

Procurada pela AFP, a PF afirmou não se pronunciar sobre investigações em andamento.

Durante a campanha, o ex-presidente despertou temores de que não aceitaria os resultados das eleições. Bolsonaro questionou recorrentemente, sem provas, a confiabilidade das urnas eletrônicas.

Bolsonaro viajou aos Estados Unidos dois dias antes do fim de seu mandato e não participou da cerimônia de transição, em 1º de janeiro, quando Lula assumiu o poder pela terceira vez, após presidir o país por dois mandatos (2003-2010).

"Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública)", escreveu Torres no Twitter.

O ex-ministro, de 47 anos, afirmou que a minuta foi "vazada fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas contra mim".

O ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, determinou a prisão de Torres, que é procurado por sua suposta responsabilidade na violência ocorrida em Brasília, de onde era o secretário de Segurança. Ele foi exonerado do cargo após as invasões.

Torres encontrava-se de férias nos Estados Unidos quando milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes na capital federal. Eles exigiam a queda de Lula.

O ex-ministro de Bolsonaro defende sua inocência e deve se entregar às autoridades nesta sexta-feira em Brasília.

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