Soledar, outrora conhecida por suas minas de sal, está localizada perto da cidade de Bakhmut, que as tropas russas tentam conquistar há meses.
A conquista de Soledar pelas forças russas significaria uma vitória militar simbólica para Moscou, após vários reveses no terreno desde setembro.
"Unidades aerotransportadas bloquearam as zonas norte e sul de Soledar. As forças russas estão atacando os bastiões inimigos. Forças de assalto estão lutando na cidade", disse o ministério, em um comunicado.
- Negação de Kiev -
Kiev confirmou que houve "combates pesados" na quarta-feira, mas nenhum avanço das forças russas em Soledar, depois de o grupo mercenário Wagner reivindicar o controle da cidade do leste ucraniano.
"Intensos combates continuam em Soledar", disse o vice-ministro da Defesa da Ucrânia, Ganna Malyar, no Telegram.
"Depois de sofrer perdas, o inimigo mais uma vez substituiu suas unidades, aumentou o número de paramilitares, tentando romper a defesa de nossas tropas e controlar completamente a cidade, mas não teve sucesso", declarou.
Pouco antes, o Kremlin já havia demonstrado prudência sobre a situação no terreno.
"Não há necessidade de pressa. Vamos esperar por declarações oficiais", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a jornalistas, acrescentando, no entanto, que há "uma dinâmica positiva no avanço" das forças russas.
As declarações do Exército russo contradizem as do chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, que reivindicou o controle de Soledar na manhã desta quarta-feira. Ele acrescentou, porém, que os combates continuam no centro da pequena cidade, que tinha pouco mais de 10 mil habitantes antes da guerra.
A agência estatal russa RIA Novosti publicou uma fotografia de Prigozhin com homens armados e disse que foi tirada nas minas de sal de Soledar.
O Exército ucraniano negou imediatamente esta informação e garantiu que a cidade de Soledar "foi, é e sempre será ucraniana".
"Não é verdade" que Prigozhin esteja dentro das minas de sal, frisou.
A AFP não conseguiu verificar de forma independente a situação no terreno.
Em um vídeo divulgado na noite de terça-feira, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, descreveu uma "situação difícil" na região de Donetsk, sem mencionar Soledar.
- Encontro na Turquia -
Na esfera diplomática, os encarregados de direitos humanos de Rússia e de Ucrânia, Dmytro Lubinets e Tatiana Moskalkova se reuniram na terça-feira, na Turquia.
Os dois funcionários "abordaram uma grande diversidade de problemas humanitários e casos relacionados à assistência em direitos humanos aos cidadãos de ambos os países", disse Lubinets nas redes sociais.
"Falou-se sobre ajuda humanitária aos cidadãos" ucranianos e russos, disse Moskalkova.
Em outras partes da Ucrânia, os ataques continuaram.
Bombardeios russos caíram sobre Kharkiv, no nordeste, na noite de terça-feira, horas depois de uma visita surpresa da chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock.
Baerbock foi convidada por seu homólogo "e amigo" ucraniano, Dmytro Kuleba, e afirmou que a população ucraniana pode "contar com nossa solidariedade e apoio".
A ministra anunciou um "novo pacote" de ajuda que inclui 20 milhões de euros para a remoção de minas e um fundo para desenvolver o acesso à rede de Internet por satélite Starlink.
Baerbock também disse que a Alemanha entregará novos geradores para a infraestrutura energética ucraniana, que é alvo de bombardeios sistemáticos da Rússia.
A Ucrânia pede, contudo, o fornecimento de veículos de combate, e a Alemanha ainda não respondeu se enviará tanques "Leopard 2".
"Quanto mais demorar a decisão [alemã], haverá mais vítimas, mais mortos civis", disse Kuleba.
Diversos líderes ocidentais já visitaram a Ucrânia desde a invasão russa de 24 de fevereiro, entre eles o chefe do governo alemão, Olaf Scholz, e o presidente da França, Emmanuel Macron. Nenhum deles viajou tão para o leste, onde as tropas russas se apoderaram de vários territórios.